O artigo “As implicações da depressão pós-parto na psique do bebê: Considerações da Psicologia Analítica” aborda a influência da depressão pós-parto na psique do bebê a partir dos conceitos junguianos de arquétipos e complexos. As autoras enfatizam que essa condição da mãe, possivelmente causada por um complexo materno negativo em sua psique influencia negativamente o bebê, que se sente desamparado por ela justamente no estágio de maior interdependência, tanto física quanto psíquica entre eles. Uma vez que mãe e bebê estão em um estágio unitário e que este possui ego e self ainda em formação, a depressão da mãe a impossibilitará de acolher a psique do filho e garantir-lhe um sentimento de segurança básica; ele irá, então, interiorizar elementos negativos fornecidos por ela e não desenvolverá o ego saudável, denominado por Neuman como ego-integral-positivo, o qual é capaz de integrar as qualidades, mesmo que negativas, dos mundos interno e externo. As demandas não atendidas do bebê lhe trarão um sentimento de insaciedade, de fome e dor, e a mãe passará de Grande Mãe Boa (benevolente, envolvendo as funções positivas) à Mãe Terrível (que manifesta a negligência, o abandono e a proteção em demasia que domina e comprime a individualidade do outro), fazendo desta polaridade do arquétipo, a mais proeminente e influenciando-o por toda a vida em forma de complexo materno que, se não elaborado, poderá continuar repercutindo e influenciando as gerações futuras.
Considerações da Psicologia Analítica sobre a Depressão Pós-parto
Atualizado: 31 de out.
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